A ferritina é uma proteína que é responsável pelo armazenamento do ferro no nosso organismo. Quando está baixa pode significar deficiência dele (com ou sem anemia). Já o seu aumento, a hiperferritinemia, pode ser devido à inúmeras causas, tais como:
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▪️aumento na liberação de ferritina das nossas células por inflamação (doenças metabólicas como a doença hepática não alcoólica, doenças reumatológicas, doença inflamatória intestinal, infecções…),
▪️neoplasias;
▪️lesão celular (hemólise), lise tumoral; ▪️maior produção celular de ferritina por consumo de álcool;
▪️sobrecarga de ferro por condições genéticas (por exemplo hemocromatose hereditária – nem sempre conseguimos dosar todos os genes);
▪️por aumento do aporte de ferro após múltiplas transfusões ou ingestão de suplementos alimentícios.
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A grande maioria dos pacientes com a ferritina elevada possui histórico de etilismo, doenças inflamatórias, infecciosas, autoimunes ou hepáticas. As principais doenças do fígado que cursam com este aumento da ferritina são as hepatites por vírus e a doença hepática gordurosa não alcoólica (a famosa gordura no fígado).
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Esta situação não promove sintomas e quando encontrada, deve-se investigar com outros exames sanguíneos e exames de imagem para a avaliação da sobrecarga hepática de ferro que, neste caso, deve-se fazer diagnóstico diferencial com a hemocromatose hereditária que pode levar à cirrose hepática! ⠀
O tratamento irá depender da causa base, direcionando para o processo infeccioso/inflamatório (inclusive com mudanças no estilo de vida), abstinência alcoolica, e nos casos de hemocromatose a dieta com baixa ingestão de ferro, quelantes de ferro e até sangria poderão ser indicadas.