Uma paciente veio para realizar uma endoscopia e a queixa principal era de sintomas típicos de refluxo.

Apresentava, de fato, uma esofagite erosiva e uma hérnia hiatal pequena.

Chegando no duodeno, vemos uma mucosa com redução do pregueado, além da presença de fissuras e redução das vilosidades.

Realizamos as biópsias, e encaminhamos para o anatomopatológico.

Tendo em vista os achados, já solicitei os anticorpos específicos. Hoje ela retorna para realizar o exame de colonoscopia para rastreio do câncer colorretal, e com os resultados em mãos: biópsias compatíveis e anticorpos positivos para doença.

Me relatou que ao checar os exames, já pesquisou sobre os achados e a doença que eu havia conversado com ela desde o início, começou a seguir o insta e prontamente iniciou a dieta!

Contou que possui psoríase de longa data, que há tempos apresenta um quadro de perda de memória e diarreia cerca de 3x na semana.

Agora, a aguardo em consulta para acertarmos todos os detalhes dessa nova jornada! Mas tenho certeza que com seu emprenho e apoio familiar, logo estará em remissão!

“É parte da cura o desejo de ser curado”. Sêneca.

Pontos importantes:

1. Se não pensar no diagnóstico, nunca o terá;

2. A importância da atenção do endoscopista e a qualidade do exame (jejum, aparelho, remoção das bolhas…);

3. Descartar doenças que apresentem sintomas semelhantes (no aparelho digestivo isso acontece muito, então mais uma vez: lembrar do diagnóstico);

4. Não espere um celíaco visivelmente desnutrido e de baixo peso – a doença celíaca apresenta várias formas de apresentação (veja um dos posts fixados);

5. Quem tem uma doença autoimune possui mais chance de ter outra;

6. A única forma segura de tratar é através da dieta sem glúten e sem contaminação cruzada;

7. Celíaco recém-diagnosticado: busque informações, rede de apoio, aprenda a ler rótulos;

8. Você ficará bem!